Muito interessante o novissimo EP dos norte-americanos The New Division, com 6 faixas que nos fazem viajar com sons vindos da onda dream-wave, e synth pop galáctica, que nos obrigam a seguir o ritmo quase inconscientemente. As influências são várias, desde os ritmos revivalistas dos inicios dos New Order ou Depeche Mode, às batidas mais dançaveis de Cut Copy ou Hot Chip! Em resumo um bom EP, simpático na medida certa, que deixa antever um full-album muito bom para breve.
Zeroes QC, o album de estreia dos canadianos Suuns vai ser agora editado na europa, dpois de se estrear no mercado em 2010 na America do Norte. Incompreensivelmente, Suuns passaram muito ao largo das atenções, isto apesar de Zeroes QC ser um autentico portento na musica alternativa, e sem duvida um dos albuns mais refrescantes e prometedores de 2010, muito a semelhança de Hidden dos These New Puritans. Zeroes QC, mistura uma grande variedade de influencias do shoegaze, post-punk, post-rock, progressiva e electrónicas , sempre com um clima gélido e negro de fundo, que lhe dá uma grande expressividade. O album passeia-se por ritmos minimalistas, com sintetizadores a marcar a atmosfera, e ataques frenéticos e repentinos de guitarras. Pop minimalista com batidas electro, synth-pop, ritmos robóticos, vocais susrrantes, que fazem de Zeroes QC um album nocturno, depressivo, e altamente viciante. Vale muito a pena ouvir este Zeroes QC! Obrigatório.
Será possivel falar numa desilusão ouvindo "Kiss Each Other Clean"? Seria sem duvida um crime. Contudo não vejo Kiss Each Other Clean como o sucessor do maravilhoso "The Shepherd´s Dog" de 2007, mas sim como o inicio de algo novo para Samuel Beam, uma bifurcação na sua carreira. Neste quarto trabalho de originais, Iron and Wine deixa um pouco a sua tão caracteristica melancolia folk, e aventura-se por novos caminhos, novas sonoridades, mais pop e por vezes mais tropical, e colorida sem duvida, que obviamente levará a musica de Iron and Wine a um publico mais vasto! Pessoalmente aprecio mais o velho Samuel Beam do inicio da decada, mas não é por isso que colocaria de parte este novo album, que se fosse de um outro qualquer nome, estaria já a falar de uma nova revelação, de uma nova certeza, em resumo de um grande album, pois é certo que o é...apenas é um Iron and Wine diferente, mais sereno, e elegante.
Já estamos bem dentro de 2011, contudo as novidades musicais dignas de relevo para o indiependente não teem tido o volume desejável. Como tal é de aproveitar para falar de alguns albuns de 2010 que considero indispensáveis, e que ainda nao fizeram a sua aparição neste espaço. Um desses casos é o mais recente album do génio Will Oldham através do seu alter-ego Bonnie Prince Billy, e na companhia dos dois músicos que compoem os The Cairo Gang. Um conjunto de canções fantásticas...lamentos profundos com melodias negras...musicas sublimes impossíveis de deixar seja quem for sem reacção. Will Oldham é um grande talento, dos maiores nomes da cena indie folk/alt-country, com albuns que figuram nos melhores de sempre dentro do género. Um album austero que desarma e enamora, honesto, perfeito, sem falhas que obriga a uma audição concentrada e atenta. Não irá desiludir quem arriscar! Obrigatório.
Há dias que começam assim, e que em minutos, são capazes de colocar em reboliço meses inteiros que se avizinham. Fazem-nos repensar a gestão de tempo que tinhamos planeado, e alterar tudo de um momento para o outro. Há dias assim, que subtilmente nos mudam a forma de ver aquilo que está para vir sabendo de antemão que os nossos hábitos vão ser alterados por determinado tempo, e que com isso se alteraram rotinas e formas de estar e pensar que demoraram tanto a solidificar. Há dias assim, que tudo volta a trás e nos faz arregaçar as mangas e entrar de cheio naquilo que se espera de nós, e daquilo que queremos que esperem de nós. E só por isso já vale a pena olhar e não ver muito, mas parar para escutar e ouvir aquilo que sabemos chegará. Há dias assim, em que quero que este blog volte a ser um espaço um pouco mais meu, de mim para quem o quiser e para quem não lhe der a mínima. Há dias que sei que o tempo não chega. Outros parece demais e chateia. A permuta é dificil resta a aprendizagem e rir...rir daquilo e do outro. Ouvir com atenção e apoiar-me no meu catalisador...tu hoje em pensamento e musica no ouvido.
Se não houvesse dias assim a vida não tinha piada nenhuma!
Espero que todos estejam bem =)
Recordar: The First Days Of Spring - Noah And The Wale
"The King Is Dead" o mais novo trabalho do colectivo norte-americano The Decembersts, é uma pérola e será seguramente um dos grandes discos folk de 2011. Para gravar este LP a ser editado dia 18 de Janeiro, a banda refugiou-se no campo, e compos um belo conjunto de canções, frescas e primaveris. Estremamente seguro e objectivo, com faixas multinstrumentais que tiram todo o partido dos instrumentos tão tipicos do alt-country (bandolim, violão, slide guitar, violino, acordeão entre outros), tornam The King Is Dead um album onde a essência é a musica e a melodia crua sem pomposidades de estudio! A musica tal como ela deve soar, despreocupada a viver dos instrumentos como se de uma orquesta se tratasse.Um excelente manual para quem quer iniciar as suas audições pelo folk/alt-country. São 10 faixas que apenas pecam por escassas.Absolutamente obrigatório.
Notável a capacidade produtiva e a criatividade de B Fachada, sem nunca perder qualidade! B Fachada é actualmente dos nomes da nova musica portuguesa (juntamente com Micro Audio Waves, Old Jerusalem, e Raindogs), que mais me entusiasma e toca nos meus ouvidos, e seguramente a par de Dazkarieh e A Naifa o nome que mais aprecio que se expressa em Português! A musicalidade evoluiu, as letras são como sempre geniais...B Fachada agora é para meninos também. Editado a 10 de Dezembro, "B Fachada é Para Meninos" é o primeiro disco de banda do autor, que surge aqui acompanhado de outros musicos, embora os novos sons introduzidos sejas de instrumentos de brincar que dão uma atmsfera unica a este album. Os temas presentes ao longo das faixas rodam sempre em volta de um incentivo à rebeldia e ao acordar dos mais novos...mas fala directamente a todos com temas universais como o amor e a saudade, a moralidade ou a falta desta, com grande mestria e humor que nos embala de uma forma imediata. Se B Fachada é para meninos então que bom é voltar a ser menino! B Fachada merece o mundo.
Para ouvir Não ha link..."B Fachada está facilmente ao alcance em qualquer loja do ramo no nosso país, ao contrario das outras bandas que aqui apresento. Apoiem a musica nacional com qualidade.
Starfucker, são para o indiependente a melhor banda electropop da actualidade, e mais uma vez o provam com o novo LP "Reptilians" que sai oficialmente a 8 de Março! Depois de "Strafucker" (2008), "Jupiter" (2009), chega Reptilians o terceiro LP da banda, para confirmar o que os seus antecessores já haviam prometido, mantendo o alto nível já exibido, com um electropop festivo e altamente adictivo, embora aqui haja uma divergência um pouco mais acentuada entre melodias mais pop relativamente ao electropop que prevalece, com 14 faixas (2 bónus) onde encontramos verdadeiras joias (onde se inclui "juliu" do seu ultimo EP homónimo) e onde os teclados continuam com grande relevancia na musicalidade alegre da banda! Mais do mesmo...e ainda bem! Obrigatório.
Uma das revelações de 2010, e um album indispensavel ,foi Learning, que embora tenha tocado por aqui até a exaustão, tardou a chegar ao blog. Learning é um album soberbo! Perfume Genius, ou o que é o mesmo, o jovem compositor norte-americano Mike Hadreas, consegue transmitir uma melancolia estonteante, um album frio...extremamente intimista e perturbador por vezes pela forma como atinge através dos sons sinsar que se arrastam numa atmosfera gelada muitas vezes apenas com um piano e os vocais trémulos lo-fi! Para o definir diria, que Perfume Genius estará algures entre Maximillian Hecker e Damien Rice com sonoridades semelhantes a Spiritualized ou The Antlers. Resumindo Learning, é isso mesmo...uma aprendizagem de que o triste pode ser mais belo do que alguma vez imaginamos! O verdadeiro optimismo,...encontrar beleza num triste e gélido dia de Inverno. Merece muito ser ouvido com toda a disponibilidade e mergulhar dentro dessa turbina de sentimentos que é esta pérola obrigatória de 2010.
Após um pausa de alguns dias na actividade deste blog, estou de regresso, para falar no regresso tão esperado e anciado, do grande, do maior songwriter, do expoente maximo da musica folk/alt-country para este blog, e das maiores influencias musicais deste humilde ouvinte! É verdade Ryan Adams está de volta aos bons velhos tempos!
"Hi, hello, its me again, don't worry ill talk slow Wow, you probably heard I went away Where do we start from?"
O album duplo III/IV começa assim, Ryan como que se desculpa pela ausencia, que não sendo longa, uma vez que editou Easy Tiger e o EP Follow the Lights ambos em 2007, e de Cardinology em 2008, seguiu-se o silencio em 2009, e grande parte de 2010 que fechou com a edição a 14 de Dezembro deste III/IV, o seu décimo terceiro album a solo desde que abandonou os Whiskeytown (se contarmos com Orion a sua divagação em 2010 pela sci fi metal), e o quinto com a banda de apoio The Cardinals. O facto é que Ryan habituou-nos a ser um dos grandes workaholics do mundo da musica chegando a editar 3 albuns num só ano! Por isso esta ausência se fez sentir tanto!
III/IV como não poderia deixar de ser é um album extremamente arrebatador, com letras fortes e autobiográficas, negras e duras. Fala abertamente dos seus problemas, das suas "bad ideias", do seu desaparecimento e da sua recuperação. Contudo a sonoridade separa-se aqui um pouco do alt-contry e não é tão folk como em albuns anteriores, mas não lhe retira qualquer brilho.O dificil é mesmo escolher quais as melhores de entre 21 faixas fabulosas!
Ryan está de volta e de corpo e alma lavada livre de alguns dos seus tormentos o que so vem provar que toda a sua genialidade é genuina e durará para sempre...bem vindo de novo!
Um dos maiores de sempre para o Indipendente!
Obrigatório.
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