segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ólafur Arnalds - Living Room Songs (2011)


Uma música por dia, ao longo de uma semana, e no conforto da sua sala de estar. Foi este o conceito usado por Ólafur Arnalds, o jovem compositor (25anos!) neo-clássico islandês.
A par de Arvo Pärt, e Jóhann Joóhannsson, Ólafur é um dos mais talentosos compositores, nossos contemporêneos, que se distância dos primeiramente mencionados, pelo aspecto de ser ainda extremamente jovem, embora já com uma grande obra às suas costas e créditos mais do que bem firmados.
Mestre a combinar elementos da música clássica, com sonoridades que caminham por vezes pelo metal (onde o compositor deu os primeiros passos pela música, então como baterista) e pela electrónica. Contudo este "Living Room Songs" é composto por composições mais suaves e mais minimalistas, mas não por isso menos belas.
Ólafur encarna perfeitamente  a essência da música transformada realmente em arte. Transcendental e insustentável, intemporal. Talento puro (mais um que nos chega da fria Islândia), que nos faz questionar até onde poderá ir este jovem compositor. Até agora chegou onde muito poucos conseguiram.
O resultado final pode ser apreciado aqui.
Obrigatório.

Para ouvir e guardar





Para saber mais

olafurarnalds.com

Ólafur Arnalds - ...And They Have Escaped The Weight Of Darkness (2010)


É muito simples qualificar este album. Um dos mais belos trabalhos que alguma vez escutei e apreciei.
Arte feita musica...musica feita sentimento. Tons cinzas coloridos, e leveza, muita leveza.






Para saber mais


olafurarnalds.com

www.myspace.com/olafurarnalds

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Alaska In Winter - Airwolfe "flexi disk" (2011)


Editado a 7 de Novembro, e a juntar ao floppy disk Memorex, Alaska junta mais uma novidade. Um flexi disk (para quem não sabe, é algo do género de um vinil flexivel) com dois temas. Reedita o tema Airwolfe e adiciona uma versão "Airwolfe in Miami".
A qualidade é garantida como sempre, e volto a referir AIW será sempre de escuta obrigatória e mais do que recomendável.

Support AIW Buy






Para saber mais

http://alaskainwinter.bigcartel.com/

http://indiegalia.blogspot.com/2011/11/alaska-in-winter-memorex-floppy-disk-ep.html

http://indiegalia.blogspot.com/2011/08/indiependente-support-brandon.html

Alaska In Winter - Memorex "floppy disk" (2011)

Ainda antes do esperado Lp "Cabin Sessions", Brandon Bethancourt oferece-nos um novo Ep "Memorex Floppy Disk", que contem dois novos temas, que é o mesmo que dizer duas novas obras primas.
Ainda a recuperar dos seus problemas de saúde, nada melhor que se socorrer do seu talento. Nós agradecemos...é impressionante a amalgama de sensações que a música de AIW transmite. Embora a ferros com uma longa depressão, Brandon consegue transmitir tanta esperança e optimismo na sua música, mesmo que inconscientemente, e mesmo que manchadas por letras mais melancólicas e desmotivadas (como seria natural). 
Da minha parte, resta-me torcer novamente pela rápida e plena recuperação de um dos maiores talentos da musica.
AIW será sempre de escuta obrigatória e mais do que recomendável.

Support AIW: buy






Para saber mais

http://indiegalia.blogspot.com/2011/06/alaska-in-winter-space-eagle-motion.html

http://indiegalia.blogspot.com/2011/08/indiependente-support-brandon.html


http://indiegalia.blogspot.com/2011/08/alaska-in-winter-suicide-prevention.html

http://indiegalia.blogspot.com/2011/08/alaska-in-winter-b-sides-other-missed.html

http://alaskainwinter.bigcartel.com/

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Musicas Que Perduram :: Stowaways - Hunt Club (2006)

"Marialvas deprimidos/oprimidos e valsas para crocodilos"...esta é a forma como os Stowaways se vêm a si próprios.
São de Matosinhos e (infelizmente) andam desaparecidos há demasiado tempo. São donos de uma musicalidade única, que nunca encontrei em nenhuma outra banda. Fazem desde há muito parte do meu imaginário e da minha lista de favoritos.
Deram-se a conhecer em 2002 quando venceram a edição do "Termometro Unplugged", e desde logo começaram a tocar pelas rádios mais alternativas (caso da antena 3), sendo que o tema "Amputated Leg" criou um feedback bastante positivo.


"Stowaways - Amputated Leg"


Em 2003 editam um album a meias com os Alla Polacca, "We Have Made Thousands of Lonely People Happy" e demonstram todo o seu potencial, que lhes valeu elogios rasgados por quem tomou contacto com a banda, sendo inclusive comparados a monstros como os Radiohead, tal era a frescura e originalidade sonora que apresentaram.

Stowaways - Boogie List

Com a expectativa no maximo editam então o Lp "Hunt Club".

Brilhante, delicioso. Os adjectivos seriam sempre escassos para caracterizar tão enorme trabalho. Generoso e com muita alma. Passeia por universos "mariachi, vaudeville, Fellini para principiantes, scooby-doo, folk protestante e criminalidade passional" (novamente palavras dos próprios). Dessa interpretação da banda sobre a sua obra, é possivel perceber o que encontramos em "Hunt Club"...16 canções sem igual.  Retro-pop, folk experimental, cabaret, circo, musica dos Balcãs, valsa...são tantas as influências que se torna dificil lembrar e transcrever todas. O melhor é mesmo escutar.
É impossível ficar indiferente. Stowaways, uma das mais talentosas bandas que já ouvi em Portugal, merecem e mereciam o reconhecimento total à sua música. E nós merecemos que os Stowaways regressem em breve.

Stowaways - Charity Fucker 

Stowaways - Military Waltz 

Stowaways - Deux Femmes 

Para saber mais

www.myspace.com/stowawayshuntclub

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Músicas Que Perduram :: Raindogs - From Today (1999)

Neste novo espaço, pretendo percorrer e revisitar albuns e músicas que marcaram e marcam o meu crescimento como pessoa, e que influenciaram e infuenciam a minha maneira de estar e ver o admirável mundo da música. Porque a vida sem música não tinha qualquer sentido.


Para abrir esta espécie de rubrica, nada melhor que falar dos "nossos" Raindogs. 
Surgidos por volta do ano de 1995, e provenientes de Almada, os Raindogs são na minha opinião uma das melhores bandas que o nosso Portugal jamais produziu. Donos de uma sonoridade única, aliada a um timbre de voz de Rolando Popp extremamente grave (a lembrar Tom Waits), estão há muito presentes no meu imaginário.
Pese embora o talento seja enorme, o seu desconhecimento por parte do seu próprio país sempre foi incompreensível. Atingiram alguma notoriedade com a faixa "Indigente", que deu nome e musica de apresentação a um programa de rádio da Antena3 com esse mesmo nome.
Com um Ep e quatro LPs editados de 1999 a 2004, atingem a meu ver a perfeição com o LP "From Today" (1999). Um album maravilhoso, que merecia um reconhecimento global, tal é a qualidade patente tão acima da média. Sem duvida um dos album da minha vida.

Enquanto Aguardamos por novas dos Raindogs (inactivos desde 2005), sempre nos podemos deliciar revistando a sua obra, neste caso "From Today".





Para saber mais

www.myspace.com/raindogsland

Fruit Bats - Tripper (2011)


"Tripper" é antes de mais, um conjunto de histórias transformadas em canções. Um album do ponto de vista lírico, um disco extremamente narrativo.
Com a marca do produtor Tom Monaham (Vetiver, Devendra Banhart), "Tripper" é a quinta entrega dos norte-americanos Fruit Bats, e é mais uma joia do Folk a juntar a este profícuo ano de 2011 nesse género musical tão apreciado por estas bandas.
O Folk há muito que extravassou o imaginário do deserto árido americano, para uma globalização óbvia. O folk que se sente em "Tripper" é absolutamente superior, para ficar restringido a rótulos, sejam eles geográficos, ou preconceitos musicais e/ou de modas. Por isso mesmo sente-se a evolução sonora da banda e do género. Aventura-se pela experimentação através da psicodélia, pelo alt-country, ou ainda pelos Blues tão à Bob Dylan. Transmite energia solarenga. Quente e enigmático, que nos transporta ao longo de caminhos serpentuosos, sinuosos.  As sensações visuais são completamente indissociáveis das musicais. É um album que se transfigura num espaço, que será adornado a maneira de cada ouvido, mas que no fim terá muitos pontos em comum. 
Um trabalho honesto, simples, e coerente. O facto é que, se "Tripper" fosse apresentado como um "Best-Off", uma recompilação dos melhores temas de uma qualquer banda, eu acreditaria no imediato, tal é a contancia de temas grandiosos (sendo dificil escolher os melhores). Ficaria apenas a questão de onde teriam andado todo esse tempo os meus ouvidos.
Um dos grandes albuns de 2011. Obrigatório.






Para saber mais

 www.myspace.com/thefruitbats

fruitbatsmusic.com

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bombadil - All That The Rain Promises (2011)

Editado a 8 de Novembro, "All That The Rain Promises" apaixona no imediato. Comigo assim foi...nos ultimos dois dias monopolizou por completo a minha lista de reproduçao por onde quer que eu ande.
Dois anos após a edição de "Tarpits and Canyonlands", os Bombadil regressam com uma nova proposta, e dez novas músicas do universo tão peculiar desta banda.
O album começa intenso e melancólico com a poderosa "I Will Wait". Contudo rapidamente se encaminha para temas mais leves e alegres, em tons mais esperançosos, percorrendo e questionando-se sobre o obvio e o fácil da natureza humana. Cantam sobre a saudade, a esperança,a alegria e o desespero.
Durante algum tempo chegou-se a temer o fim prematurode tão talentosa banda. O facto é que desde 2009, aquando do lançamento de "Tarpits and Canyonlands", o quarteto atravessou algumas crises, desde problemas de saúde (que impossibilitaram por completo as "tours" que tinham previsto), a elementos que abandoram a banda (entretanto regressados). Contudo demonstram agora, que apesar dos problemas, que consequentemente levam a um hiato de tempo em silêncio, não significa minimamente e necessáriamente qualquer tipo de paralisia criativa. A banda recompôs-se e regressa em grande. Poética, inteligente, harmoniosa, metafórica, única e intrigante, mas acessível ao mesmo tempo.
"All That Rain Promisses" pode ser visto como um universo extravagante. Diferente enfim...um conto dramático acutilante e observador na medida certa...humoristico com grandes doses de comédia como a que encontramos em "A Question", que não é mais do que uma forma extremamente interessante de encarar e camuflar o medo da rejeição amorosa através da sátira e humor. Brilhante.
Longfellow (Poeta 1807-1882) certo dia escreveu: "Art Is Long, And Time Is Fleeting". Conceito perfeitamente enraizado em Bombadil.
Obrigatório.






Para saber mais

http://bombadil.bandcamp.com/

www.bombadilmusic.com


http://indiegalia.blogspot.com/2010/10/bombadil-tarpits-and-canyonlands-2009.html

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Los Campesinos - Hello Sadness (2011)


Regresso anunciado e muito esperado do colectivo Galês Los Campesinos. "Hello Sadness" sucede à semi desilusão que foi "Romance is Boring" (é um crime dizer isto!) de 2010, não por este ser um album fraco, mas porque muita da identidade da banda tinha sido diluida. Não obstante "Romance is Boring" foi dono de momentos inesquecíveis como atesta desde logo a faixa "The sea is a good place to think of the future", do melhor que nasceu em 2010. 
O corte com o passado musical da banda continua algo patente no novo LP. Contudo aproxima-se mais ao inicio apoteótico de 2008 ano da edição do memorável "Hold On Now, Youngster". 
A mudança que se vem assistindo na discorafia dos galeses, que editam este ano o seu quarto album de originais em quatro anos, é mais que natural. A evolução e amadurecimento ocorre necessáriamente, e a repetição das mesmas fórmulas nem sempre é boa aposta. A exploração de novos caminhos e experimentações é saudável, e ainda mais, tendo em conta, que este colectivo perdeu três peças fundamentais nos ultimos anos.  Tambem à luz de todos estes factores, se explicará toda a raiva, decepção e tristeza (como bem atesta o titulo escolhido para o album) que está presente ao longo de todo o alinhamento.
Los campesinos, que desde sempre remaram num sentido diferente daquele que nos chegava das ilhas britânicas com o seu sempre insistente pós-punk repetitivo, apresenta-nos novamente um trabalho nada padronizado, generoso, épico e estimulante, aumentando o seu legado com 10 novas faixas, para guardar  num canto mais que especial da prateleira e do coração...e saborear sempre. 
Los Campesinos estão vivos e recomendam-se...e nós agradecemos.
Mestres a mistificar sensações em sons. Sinónimo de boas vibrações..."It´s only hope that springs eternal".






Para saber mais

www.loscampesinos.com

http://indiegalia.blogspot.com/2010/07/los-campesinos-romance-is-boring-2010.html

http://indiegalia.blogspot.com/2010/08/los-campesinos-alls-well-that-ends-ep.html

My Brightest Diamond - All Things Will Unwind (2011)

Um misto de Edith Piaf e Tom Waits. Penso que esta seja uma excelente defenição para a génese da musica dos My Brightest Diamond. 
Desde a sua estreia em 2006 com o maravilhoso "Bring Me The Workhouse", estes norte-americanos têm vindo a construir uma carreira sólida. Agora passados 4 anos e uma LP pelo meio, chegam com a sua terceira proposta "All Things Will Unwind". Confesso que na primeira audição (feita na estrada) o album pareceu-me um pouco monótono e discreto. Nada mais longe da verdade. À segunda audição (no conforto de casa) tudo mudou, e desde então está em modo "repeat". Absolutamente magistral a forma como conseguem aglomerar elementos da ópera, cabaret e composições clássicas, com a pop ora acústica ora sinténtica, fazendo da sonoridade dos My Brightest Diamond uma experiencia única, um mar de senimentos que se revolvem e se reinventam a cada nova audição, ainda mais tendo em conta que as letras tão bem entoadas pela angelical voz de Shara Worden (sem dúvida uma das melhores vozes femininas do actual panorama musical), tocam em temas tão actuais e ao mesmo tempo tão transcendentais, como a complexidade de um átomo, até à imensidão e subjectividade do inicio e final do tempo.
Em resumo uma verdadeira pérola este "All Things Will Unwind", ou melhor dizendo um verdadeiro Diamante.






Para saber mais

www.mybrightestdiamond.com
  
www.myspace.com/mybrightestdiamond

sábado, 5 de novembro de 2011

Magic Man - Real Life Color (2010)

Aqui está um dos albuns que mais me viciou este ano. Mágico! Embora chegue com um ano de atraso...mas antes tarde que nunca! O facto é que tanta coisa boa fica por ouvir! Quando penso nisto sinto-me um pouco frustrado ao imaginar que tanta boa musica assim como nas outras tantas vertentes da nossa vida nos passa ao largo! Mas tenho vários exemplos que quando as coisas valem a pena acabam por nos chegar de uma forma ou outra! Mais tarde ou mais cedo.
A darem os primeiros passos, os Magic Man, dois jovens de Boston apresentam-se no ano passado com Real Life Color, e que bem vindos são.Album revigorante e extremamente natural!
O album de estreia estava e, boas noticias, está ainda disponivel para download gratuito no bandcamp da banda! Deixem-se  passar por lá. Vale a pena ouvir e apreciar! Não fazem nada de novo, mas dão lhe um toque especial. Dream pop e synth pop inocente e cheia de boas intenções, boas vibrações, e claro...magia!

Para ouvir e desta vez guardar :)
http://magicman.bandcamp.com/





Para saber mais


www.myspace.com/magicmanmakesmusic

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

The Antlers - Burst Apart (2011)


No dia em que regressam a Portugal para mais um concerto, mais propriamente no Lux em Lisboa, deixo aqui, e já tardiamente (embora me seja muito complicado escrever com a frequência que gostaria), a referência e a sugestão do novo trabalho dos The Antlers editado em Junho deste ano, e que sucede ao maravilhoso Hospice (2010).
Com Hospice o trio de Brooklin, era ainda algo inexperiente nessas andanças, e embora Hospice seja um album memorável, arrebatador e diferente de tudo o que já foi feito, a banda atinge agora a maturidade em Burst Apart, mais seguros e com uma maior e evidente colaboração de todos os elementos.
Repetir Hospice seria praticamente impossível e um erro. Burst Apart é um album mais fácil e acolhedor que o antecessor, aquele que contou uma tão bela história de amor.
Burst Apart marca desde logo uma mudança de sonoridade, como se de uma continação do Hospice se trata-se, passada a tempestade chega a normalidade...e ultrapassada a melancolia fustrante e desoladora de Hospice dá lugar à resignação e ao continuar em frente que este novo trabalho a meu ver represente. Esperemos que os capítulos deta bela história de uma banda tão especial e talentosa como The Antlers sejam em grande número.
The Antlers vive e viverá inevitavelmente na sombra daquela obra superior que foi Hospice, e só por isso merecem o meu reconhecimento em continuar corajosamente, agora que estão curadas as feridas, e oferecer-nos um novo trabalho onde encontramos belíssimas canções.
Obrigatório.






Para saber mais

www.antlersmusic.com

http://indiegalia.blogspot.com/2010/04/antlers-hospice-2010.html
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