quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Of Montreal - Paralityc Stalks (2012)


Em todas as áreas de intervenção humana, existem, existiram, e existirão sempre visionários. Homens e mulheres que querem ir mais além, e que correm e assumem os riscos que daí advêem. Homens e mulheres que forçam a evolução, e aceleram o processo, que estagnaria se não fosse a visão inovadora e a busca de algo além do usual por parte destes. Um destes casos, em particular na música, é o de Kevin Barnes, o mentor dos Of Montreal.
Essa característica inventiva, está bem patente em "Paralityc Stalks" (2010), décimo primeiro album de originais da banda norte-americana, que sucede a "False Priest". Agora, e novamente como vem sendo hábito, assiste-se a uma transformação camaleónica na sonoridade da banda, não só no que diz respeito à discografia, mas patente também ao longo do alinhamento do novo trabalho.
É obvio que falar de Of Montreal, é falar obrigatóriamente de "Hissing Fauna, Are You The Destroyer" (2007) um dos mais brilhantes albuns dos anos zero. É obrigatório também as comparações com esse momento na carreira de Of Montreal, que marca uma fronteira entre o antes e o depois nas composições musicais de Of Montreal. As grandes bases mantiveram-se, mas mutaram muitas características. Contudo é com "Paralityc Stalks", que mais se aproximam de Hissing Fauna. Ambos cantam o desencanto e o desespero. Ambos se rodeiam de pop barroco, e neo-psicadelismo.  Ambos são enérgicos, embora experimentalismo assuma uma maior expressão agora.
Como sempre surpreendem, e dão um sopro de novidade. Pessoalmente saúdo este regresso com maior peso do experimental e esquizofrénico. Como uma vez escrevi, Of Montreal são os 80 que nunca existiram, e que se reinventam a cada novo trabalho, e a cada nova audição.






Para saber mais

www.ofmontreal.net

http://indiegalia.blogspot.com/2010/10/of-montreal-false-priest-2010.html

sábado, 21 de janeiro de 2012

Musicas Que Inspiram Uma Vida


At that exact moment,

every
thing
about 
my 
life
changed.

Forever.

Lembro e relembro o inicio com total nitidez. O terraço gelado, e as mão a tremer. A dificuldade em ler a uma hora tão tardia. A noite...a noite. A surpresa (ou nem tanto), o coração a querer saltar do peito e fugir, correr, voar para o teu lado. A hora chegou...e entramos juntos!
4 anos se passaram. 4 dias diria eu... Obrigado!

"Ryan Adams - A Song For You"



"so take me down to your dance floor
and i won't mind the people when they stare"


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nada Surf - The Stars Are Indifferent to Astronomy (2012)


A primeira sensação ao escutar a nova entrega dos norte-americanos Nada Surf, é a estranha sensação de melancolia, e saudade. A estranha impressão de que estamos a envelhecer a um ritmo vivo, e que nada mais podemos fazer.
Nada Surf, é uma daquelas bandas que oferecem tantas músicas à banda sonora da nossa adolescência. Tocam esse tema tão universal como ninguém mais. Ao virar-me para trás, rapidamente percebo que estava a começar a primária quando os Nada Surf davam os primeiros passos. Atingiam o estatudo de ícone do movimento indie e lançavam hits nos meus tempos de adolescente. Passados agora 20 anos sobre o inicio, ouço e aprecio "The Stars Are Indifferent to Astronomy" como se fosse algo totalmente novo. A forma, a disponibilidade e recepção mental é naturalmente diferente, mas ao mesmo tempo as sensações são tão identicas, que a todo o momento viajo ao passado inconscientemente.
Ao sétimo disco, Nada Surf demonstram novamente serem exímios em criar belas canções, que se transformam em um manual de luta contra os medos e frustrações da vida, ainda mais se considerarmos o novo album o mais optimista da banda. Nostálgico, mas num bom sentido. No sentido de dever cumprido, e na certeza que foi duro crescer, mas que correu bem. Foi trágico mas o epílogo valeu todo os sacrifícios. No fim é inevitável que se torne eterno e viva para sempre em cada um de nós. E disto os Nada Surf podem ter a certeza...podem com certeza ter todo o orgulho na obra que este novo trabalho ainda vem engrandecer mais.
Sabe muito bem tê-los de volta. Obrigatório





Para saber mais

www.nadasurf.com

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

You Say France & I Whistle - Angry Man (2012)


"Angry Man" dos suecos You Say France & I Whistle, já tem data marcada de nascimento. Será a 20 de Janeiro que esta pérola vai ficar disponível, embora por cá já toque há algum tempo.
E que dizer deste "Angry Man"? Apenas que se trata de um album fenomenal. Seria esclarecedor, mas nunca suficiente.
Hoje, You Say France & I Whistle estão claramente num escalão mais elevado dentro do género que representam. A para de bandas como The New Pornographers, Eagul Seagull, e Los Campesinos, são neste momento expoentes máximos do indie power-pop.
"Angry Man", há muito que se esperava, depois de a banda ter editado alguns temas em anos passados, como no EP 2008, e que são agora novamente recompiladas, num alinhamento que é composto por 14 faixas, mas que no final, deixa a estranha sensação que mesmo assim o album merecia mais um bom punhado de temas!
As sensações que nos transmite este quinteto nórdico estão sempre acompanhadas por um pano de fundo colorido. Alegre, expontâneo, quente, inocente às primeiras audições, mas não tanto quando nos apercebemos das letras (excepcionais todas elas). Um album indispensável para os dias de sol, capaz de animar o dia mais cinzento. As melodias multiinstrumentais são a marca da casa, cantadas ora por ela, ora por eles, ou então por todos, porque não!
Pessoalmente acredito que a edição deste album seria mais proveitosa, quanto mais próximos estivéssemos do verão. Contudo não nego a alegria de já poder pintar o meu dia de cores tão diversas, ao som de "Angry Man".
Figurará certamente na lista dos melhores do ano. Obrigatório.

Podem ouvir todo o album aqui.

Happy Particles - Under Sleeping Waves (2012)


Apesar de ainda ter sido editado em 2011, mais propriamente no passado dia de Natal, decidi apresentar este album como sendo de 2012, se me é permitido, pelo simples facto, e,  apesar de ter marcado muito o meu final de ano, tenho plenas certezas que me marcará ainda mais neste novo ano, e que me acompanhará durante muito tempo.
O album de estreia dos Happy Particles, é qualquer coisa de excepcional, que se repete e acontece raras vezes. É efectivamente um daqueles albuns que tem a capacidade de nos marcar de uma forma subtil e duradoura. É sem dúvida em album que levaremos sempre na mala. A qualquer momento se justificará uma nova audição, e será sempre aconselhável tê-lo por perto.
"Under Sleeping Waves", cria e percorre um universo muito próprio. Um universo que nos é reconfortante. Ameno e glacial ao mesmo tempo, amigável e frágil, doce, suave, onde o tempo se sente lento para nosso gáudio, e o espaço se dissipa entre sentimentos de leveza.
Absolutamente brilhante.
As comparações são naturais e inevitáveis, mas considero que serão sempre injustas. Contudo de uma forma muito linear, por vezes "Under Sleeping Waves" remete-nos para o universo dos  Sigur Rós. Por vezes lembra os Mew que escutamos em "Frengers" ou os Death Cab For Cutie de "Plans".
Em definitivo, "Under Sleeping Waves" está destinado a ser um dos grandes momentos musicais do ano. Será dificil superar tamanha obra de arte. Intemporal, quase sobrenatural a forma como nos envolve mais e mais, como nos surpreende a magnífica simbiose instrumental das guitarras e dos violinos.
Beleza fria que nos aquece a alma, de uma forma que não pode ser contada...apenas escutada.
Absolutamente obrigatório.

Podem ouvir todo o album aqui.





Para saber mais

happyparticles.bandcamp.com
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