quinta-feira, 29 de março de 2012

Musicas Que Inspiram Uma Vida!

















Se eu pudesse ser uma outra coisa qualquer, escolheria ser uma canção. 

Se eu pudesse ser uma canção, voaria pelo ar, notas espalhadas ao vento até à tua janela. Fluiria até que em mim reparasses. Simples mas nem tanto, contudo tentaria. Faria o melhor que sei, e nao desistiria, nem mesmo depois de passar de moda. 
A distância que aumenta o vazio que sinto e que persiste indesejávelmente não seria problema então. Porque voaria livremente.  Estilo? A quem importaria isso? Porque me haveria de preocupar se o meu objectivo seria apenas um....o meu objectivo sempre foi singular. Objectivamente a distância distorce-o, e não mais o consigo alcançar com o mesmo sucesso. Contudo tento da melhor maneira possível, mas nada acalma a saudade e o desespero imaginando que o todo possível, podería não ser suficiente. Se pudesse ser outra coisa qualquer, escolheria ser uma canção, sim....daquelas que se colam e não mais saem da cabeça. Daquelas que ficarias a cantarolar todo o dia. Daquelas que ficam...

Gostas desta canção?
-Sim dirias tu.
De zero a mil? Perguntaria eu com um sorriso...
-Mil, responderias tu! 
Amo-te de mais.

E assim do nada fazes-me sentir a mais bela canção que já existiu. E quero sê-lo para sempre. Se algum dia me perguntarem qual é a musica da minha vida direi e repetirei que és tu...uma musica tal que nos torna maiores que qualquer muro, montanha, estrada, rio, oceano...

Conto as horas até te voltar a fazer aquela pergunta. Falta pouco...
Gostas desta canção? perguntarei...e tu vais sorrir. Até la sobrevivo e mantenho-me a tona o máximo de tempo que consigo. Aguento o fôlego quando me afundo um pouco mais, mas conto os minutos para te ver e rápido flutuo. Não vivo, sobrevivo, porque conto os segundos para te abraçar. Só tu percebes aquilo que canto e lhe dás sentido.

E esta canção? De zero a mil?

The British Expeditionary Force - Chapter Two: Konstellation Neu (2012)


Depois do capítulo um, o capítulo dois. La para o ido ano de 2007 "Chapter One: A Long Way From Home" marcou a estreia de The British Expeditionary Force e tem agora a sequela com o "Chapter Two: Komstellation Neu", que era já muito aguardado por estas bandas. E finalmente já toca por cá.
O capítulo dois perde uma boa dose do experimental que escutavamos no capítulo um, e ganha peso a electrónica o post-rock, mais orgânico e exuberante. Seguros de si e do que procuram neste segundo separador do que presumivelmente será uma trilogia, British Expeditionary Force constroem um album em torno de emoções que se contradizem ao longo do alinhamento, variando entre a luz e a escuridão nas composições, nunca tropeçando, muitas vezes sem deslumbrar, mas outras atingem a velocidade da luz em direcção ao topo.
Vale a pena entrar neste universo. A par de bandas como os These New Puritans e os Sunns, The British Expeditionary Force são a elite a encarnar a nova musica experimental que alia o progressivo aos sintetizadores.




Para saber mais

 www.myspace.com/thebritishexpeditionaryforce 

 www.erasedtapes.com

terça-feira, 27 de março de 2012

Dry The River - Shallow Bed (2012)



Uma bela surpresa este "Shallow Bed". O som do quinteto londrino Dry The River é dificil de catalogar, mas arriscaria a dizer que se poderá reduzir a uma interessante e refrescante mistura entre o folk e o indie rock, algures entre os Fleet Foxes, os The Antlers e os Shearwater.
"Shallow Bed" é resumindo, uma bela colecção de canções, que emocionam e surpreendem, épico e brilhante, harmonioso na forma como combina os arranjos instrumentais com os belos vocais de Peter Liddle que impressionam pela beleza. A forma como o álbum vai evoluindo ao longo do alinhamento tem um epílogo épico, brilhante, com Lion's Den que me deixou sem palavras. Sem dúvida um álbum superior.
Para já uma das boas surpresas de 2012, e uma das melhores estreias.
Resta agora saber se o talento demonstrado serve para encher o leito do rio, que pelas primeiras audições está repleto de boas vibrações e sem dúvida onde se pode beber mais do que bons momentos.


Para saber mais

www.drytheriver.net

Bright Moments - Natives (2012)


Kelly Pratt é o nome por detrás de Bright Moments. É multi instrumentista sendo o trompete o seu instrumento de eleição e pelo qual mais se destacou. No currículo (vasto), conta com várias colaborações com Beirut, Arcade Fire e LCD Soundsystem. É por isso natural que este "Natives" vá beber muito do que é ou foi a musica dos projectos anteriormente referidos, com especial destaque para Beirut, com o qual se pode reconhecer maiores semelhanças e paralelismos.
Agora a solo, Pratt edita "Natives" sob a tutela da Luaka Bop, editora criada por David Byrne que tem como missão divulgar e partilhar nomes que o próprio aprecia.
Como seria expéctavel, a musica de Pratt viaja pelos mais variados cantos do globo, explorando os mais exóticos ritmos do planeta, inclusive a bossa nova e samba em "Travelers". Os instrumentos de sopro assumem maior destaque, óbvio. O samba passa a funk, o funk ao pop europeu balcânico (tão característico de Beirut), os sintetizadores entram variadas vezes em cena, e isto tudo sem se perder o fio contudor ao longo de todo o album que faz com que todas as peças se encaixem na perfeição.
Poderia dizer-se que Kelly Pratt aprendeu com alguns dos melhores. E poderá dizer-se que assinando com Bright Moments se prepara para alcançar o reconhecimento. Para já supera a criatividade e alma deste "Natives" relativamente a "Rip Tide" a última entrega de Zach Condon aka Beirut, um dos seus mentores.






Para saber mais

www.brightmomentsmusic.com

segunda-feira, 26 de março de 2012

The Wilderness Of Manitoba - When You Left The Fire (2010)


Por mais atento que se ande, há sempre jóias que nos passam ao largo. Contudo quando valem a pena, quando a qualidade é inquestionável, eventualmente, umas vezes mais tarde que outras essas jóias saem da penumbra e mostram-se para nosso gáudio.
Um desses casos é o belíssimo "When You Left The Fire" dos canadianos The Wilderness Of Manitoba.
Encantador. "When You Left The Fire" absorve a nossa atenção de tal modo, que o tempo flui de uma forma suave e mágica, por entre atmosferas belas e pitorescas, quase surrealistas, mas extremamente acolhedoras. Passeia-se pelo folk acústico com classe e maestria, quase que com uma melancolia épica.
Se aquelas manhãs de verão, que clareiam e aquecem lentamente, suavemente e que nos vão envolvendo numa explosão de cor e conforto fossem música, elas soariam sem dúvida a The Wilderness Of Manitoba.






Para saber mais


www.thewildernessofmanitoba.com

quinta-feira, 22 de março de 2012

Peter Broderick - http://www.itstarshear.com (2012)


Dizer que Peter Broderick tem novo um novo trabalho é mais do que suficiente para criar as maiores expectativas. Se a isso acrescentar-mos que o album tem a produção de Nils Frahm, a certeza que será algo unico é absoluta.
Peter Broderick é norte americano, mas tem passado grande parte da sua (ainda) curta carreira maioritariamente pela Europa, alargando experiências e fronteiras que se reflectem claramente na expanção experimental da sua música.
O título do novo album é enigmático, mas não tanto quando nos damos conta que http://www.itstarshear.com não é mais do que um URL que conduz a um site onde a experiência musical patente neste trabalho de Broderick ganha uma expressão ainda maior, e se completa com a biografia e génese de cada música, expressa através de letras e imagens, dando uma identidade e vida própria ao album e às faixas que o compõem.
As histórias, e as ideias que por lá encontramos tornam a musica uma experiência avassaladora. Dão lhe um sentido superior. Um livro de sons letras e imagens. Peter Broderick oferecenos muito mais do que um simples album. Oferece-nos ideias, oferece-nos e obriga-nos à reflexão e ao raciocínio. A olhar para simples coisas do quotidiano, comuns a todos, e ver a beleza e as mensagens sublimais que se escondem.
"Blue" foi escrita pelo pai de Peter, "Asleep" é a comovente homenagem de Peter a Matthew Brown um musico por ele admirado falecido em 2008. "Tresspasing" é por sua vez homenagem sensível a um pássaro atropelado pelo próprio Broderick. A belissíma "Im a Piano" não mais é do que uma ode ao instrumento que assume maior importância ao longo de todo o alinhamento. "With Notes on Fire" fala de si mesma...e no fim o melhor com "Everything I Know" que na minha opinião é a mais bela de todas as musicas presentes em "http://www.itstarshear.com", e que é resultado de uma frase escrita numa porta de uma qualquer casa de banho, onde se podia ler "You're probably stupid". Peter completou a frase com "But you're still beautifful" e ofereceu-nos esta obra de arte.
Só um compositor com tanto talento como Broderick pode viajar no experimental e criar algo tão harmonioso, belo, perfeito, uma experiência nova para os ouvidos e para a mente.
Absolutamente obrigatório.

Para ouvir
http://www.itstartshear.com/



terça-feira, 13 de março de 2012

Bowerbirds - The Clearing (2012)


Philip Moore, Beth Tacular e Mark Paulson. Três nomes próprios que se fundem num só: Bowerbirds. 
Philip e Beth terminaram a sua relação. O peso da estrada, da vida entre o asfalto e os palcos cansaram a banda. Beth adoece gravemente. E tudo pareceu negro e terminado.
Contudo as crises, os maus momentos, as tempestades pessoais, por mais graves e difíceis nos possam parecer, são ultrapassáveis de uma maneiro ou de outra. Nunca o serão se não tentarmos, isso sim é uma plena certeza.
Philip e Beth recomeçaram onde tinham parado. Perceberam que nunca é tarde para reparar erros cometidos. Beth recuperou totalmente. A banda cresceu e estreitou laços. Aumentou inclusive o núcleo, uma vez que adoptaram um cão que encontraram numa estrada qualquer, enquanto andavam em digressão. E tudo acabou bem...bem acabar não será o termo correcto, porque estão de regresso...e melhor do que nunca.
"The Clearing" é o terceiro album de originais do trio. E soa a tudo. Brilhante...sobrio e doce, ciente das dificuldades do passado e da beleza do presente. Musicalmente emociona. Cinematográfico na dose certa, e épico. A forma como album abre com a faixa "Tuck The Darkness In" impressiona de sobremaneira e apaixona no imediato. Depois é continuar a descoberta; deixar-se levar pela voz ora dela ora dele. Por violões, piano, violinos...enfim uma viagem como se fosse a das nossas vidas.
Insistentemente comparados a Bon Iver, ou a Fleet Foxes, nao corresponde de todo à minha opinião. Bowerbirds vão mais além que os nomes citados...a epifania que resultou da tempestade passada levou a uma maior sensibilidade que por sua vez, lhes mostrou claramente um caminho mais belo e emocionante de fazer e viver a musica. 
No segundo vídeo podem ver a história resumida que antecede o álbum!
Belo e obrigatório.







http://www.bowerbirds.org/

quarta-feira, 7 de março de 2012

Shearwater - Animal Joy (2012)

A mudança nem sempre é boa. Ou será?
Hoje escrevo aqui sobre o novo trabalho de uma banda muito apreciada por estes lados. Falo de Shearwater, que este ano apresentam "Animal Joy". Contudo antes de falar do album propriamente, sinto necessidade de uma vez mais reafirmar que este é um espaço onde apenas faço sugestões musicais, e nunca será um espaço de actualização ávida e sincronizada de musica. 
Assim sendo, ainda duvidei variadas vezes sobre se deveria escrever ou não sobre este "Animal Joy", tal foi a desilusão que me provocou. Não quero com isto dizer ou insinuar que se trata de um mau trabalho...nada disso, e nada mais longe da verdade. O problema prende-se apenas com o total corte e perda de identidade de uma banda que até então era única. A atmosfera que Shearwater criava / criou com albuns como "Palo Santo" (2006) ou "Rooks" (2008) não mais existe em "Animal Joy", o que sem dúvida é uma perda irreparável na minha opinião. Agora as sonoridades são extremamente e abusivamente mais ritmadas e arquitectadas, com uma sobriedade que não se lhes encaixa nada bem. Aquela alma frágil, enevoada, subtil e elegante, desvaneceu-se na vontade (legítima) de mudança, que talvez tenha sido provocada pela mudança de selo ( Matador para a Sub-Pop).
Um excelente album de indie-rock. Um péssimo album de Shearwater.

http://shearwatermusic.com/
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...